A Astrologia é uma linguagem simbólica para o estudo da Consciência. Baseia-se no princípio "O que está em cima é como o que está em baixo..." e estuda a relação entre o Universal e o Individual. Este estudo tem como base a interpretação simbólica da posição relativa dos astros e da Terra. A Astrologia permite-nos interpretar a nossa relação (o Individual) com o Todo (o Universal). Esta relação não é estática nem linear; desenrola-se no tempo. Por isso, só é compreendida na sua totalidade quando estudamos os seus vários momentos, ciclos e etapas. Se tomarmos o indivíduo como o "centro", teremos esta dinâmica retratada no mapa natal. Contudo, nem só de indivíduos trata a Astrologia: a perspectiva pessoal (e o "mapa natal") é apenas uma, entre as múltiplas áreas de estudo que constituem este vasto corpo de conhecimentos. A Astrologia parte de uma perspectiva geocêntrica. Mesmo a faixa zodiacal, aparentemente exterior ao planeta, resulta de um fator terrestre: a órbita aparente do Sol ao redor do planeta. Assim, todos os fatores astrológicos vão ser interpretados segundo as suas posições vistas a partir da Terra (geocêntricas). Em termos simbólicos, este é o primeiro passo para correlacionar diretamente os eventos celestes (o que está em cima) com acontecimentos terrestres (o que está em baixo). Na interpretação, leva-se em conta os planetas, segundo a sua posição por signo. Em Astrologia, os planetas têm um valor simbólico; o estudo dos planetas como corpos físicos é da área da Astronomia. Outro importante fator de interpretação astrológica são as casas, que enquadram numa referência terrestre o acontecimento em análise. Todos estes fatores são interpretados e correlacionados, formando um todo único: um mapa astrológico. Deste, é possível extrair uma imagem simbólica, um padrão comportamental. Este aplica-se tanto aos seres humanos individuais como aos eventos colectivos. Como "funciona"? Quando um astrólogo interpreta uma carta natal, "lê" um conjunto de símbolos. Este representam, entre outras coisas, a posição relativa dos planetas e signos. A partir da interpretação destes símbolos, vai compreendendo, a níveis cada vez mais profundos, a dinâmica interna do indivíduo ou acontecimento ali representado.. Por outras palavras: o astrólogo "lê" nos céus o que se passa na Terra. Porque é que na interpretação astrológica, a posição dos astros nos céus representa a dinâmica interna de um ser humano ou de um acontecimento? Porque é que as estrelas e os planetas, nos "falam" de coisas que se passam sobre a Terra? Em resumo: porque é que as estrelas "falam" de nós? A interpretação astrológica parte do princípio de que "o que está em cima é como o que está em baixo". Significa isto que existe uma relação simbólica entre a posição relativa dos astros nos céus (o que está em cima) e a vida humana (o que está em baixo). É a relação entre o Todo e a Parte: o ser humano é, em pequena escala, um reflexo dos céus. Influência ou símbolo? Importa realçar que este conceito nada tem a ver com as supostas "influências" (gravitacionais ou outras) que os corpos celestes possam ter sobre a vida no nosso planeta. Não se trata de "raios misteriosos", trações gravitacionais, radiações ou quaisquer outras "influências" que os planetas projetem sobre nós. Em Astrologia, a relação entre o Todo e a Parte não é física mas simbólica. Quer isto dizer que a posição relativa dos astros nos céus é, em si mesma, um símbolo: representa um momento específico, com toda a sua dinâmica de probabilidades. A pessoa que nasceu naquele momento, terá, portanto, uma relação direta com o que ali está representado. Ela é, de certo modo, uma "encarnação" daquele momento; é, por assim dizer, o momento em forma humana. Ao longo da vida, a pessoa irá "desenrolar" as probabilidades ali representadas e deparar-se com os obstáculos ali descritos. Consciência e Liberdade Existe ainda um terceiro - e importantíssimo - aspecto nesta equação: a consciência. Assim, no mapa natal, é o grau de consciência pessoal que vai determinar até que ponto cada indivíduo está condicionado. Quanto maior for o grau de consciência de si mesmo e do Todo, maior será a possibilidade de escolha pessoal, maior será o grau de liberdade (o tão falado livre-arbítrio) e menor será o condicionamento ditado pelo exterior (a velha questão da predestinação). Compreender a relação entre o Todo, a Parte e a Consciência é, portanto, o primeiro passo para quem quer estudar Astrologia.
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